terça-feira, 16 de novembro de 2010

Coisas de mãe

Até que eu tentei dormir, meu corpo estava cansado e meus olhos pesados demais. Mas do que adianta eu querer se alguém não deixa? E, se esse alguém vive, por enquanto, aqui dentro de mim?!

Cheguei ao quinto mês de gravidez e perdi o sono, literalmente. Essa foi só a primeira vez que ele fez isso comigo, por tanto resolvi contar. Antes tão quitinho o meu pequenino fazia suas travessuras e nem dava para perceber. Agora, está tão forte que até cambalhotinhas aprendeu a dar. Incrível é como não fico irritada... anos atrás só de pensar na situação poderia ter alguma aversão, mas o instinto materno é compreensível e tão adorável que me surpreende a cada dia, ou melhor, a cada noite.

Não consigo fechar os olhos e ignorar, virar e dormir. Mesmo porque nem consigo cumprir tamanha tarefa com a habilidade de antes. Tenho que acariciar a barriga, falar com ele, dar atenção é sempre um gesto de amor. E mãe faz isso espontaneamente.

É quando eu fortaleço a nossa relação. Ele interage comigo, mesmo que ainda, escute os sons externos meio abafados. É preciso cantar, contar histórias ou simplesmente conversar sobre o que o espera aqui fora. Ele parece gostar e estar mais ansioso que eu, assim acredito. Na verdade, estamos nos preparando um para o outro.

Depois de uma noite agitada de muito bate papo e tentativas frustradas de pegar no sono, ainda tive de pular da cama as seis da manhã já que o garotinho aqui estava com fome. E, só depois daquele café reforçado, devorado pela fome e vontade de comer que só grávida tem, só consegui voltar para os meus aposentos e ter o sono merecido de mãe de primeira viegem, as oito da manhã quando o astro rei já estava a postos.

Apesar de parecer incomoda a experiência, está é a melhor fase da minha vida!

Mãe do Sávio

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

2012

21/12/2012 data em que provavelmente pode ocorrer o alinhamento do sol ao centro da galáxia, fenômeno que segundo os cientistas gera uma fase de muitas mudanças: climáticas, sociais, econômicas...
Será que estamos há menos de dois anos do fim? ou do início?
Há quem diga que o planeta Terra já sofreu 5 grandes catástrofes que baniram antigas civilizações. Será que com a nossa vai acontecer o mesmo?
Ou tudo isso não passa de uma má interpretação feita pelos cientistas a partir dos documentos do profeta Nostradamus?
É certo que todos os seguimentos religiosos tem uma explicação para o "apocalipce", mas seria a dos Maia a mais verossímel?
E, o que mais me intriga. O que dizem os maçons a respeito?

Assisti esse vídeo no History channel, gostei e se vocês quiserem ver... é bem interessante!

http://www.youtube.com/watch?v=TTdFlzziPXM

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Medo do escuro


Quando criança sempre temi o escuro da noite. Tinha medo de dormir sozinha; tremia só de olhar as sombras que se projetavam na parede a partir dos poucos feixes de luz que se expandiam pelas janelas do quarto.
Tinha tanto medo que me cobria dos pés a cabeça. Embora a temperatura local estivesse amena, em baixo do lençol meu corpo fervia de tanto calor, nem isso me dava coragem de pôr, se quer, o mindinho para fora.
Olhar em baixo da cama nunca! O silêncio da madrugada era ensurdecedor, um tormento para a minha vasta imaginação que me fazia ouvir barulhos estranhos.
Bicho papão, fantasma, mula sem cabeça... Eram apenas lendas, eu sabia! E não era por isso o medo... apenas não gostava do escuro, o desconhecido me assombrava.
Os anos passaram, cheguei a idade adulta e até hoje tenho medo do escuro. Não do escuro do quarto. Afinal, só consigo dormir no breu.
Hoje sei que o que sempre temi foi apenas o desconhecido!
Afinal, quem não teme aquilo que não conhece que atire a primeira pedra. Não sou tão corajosa ao ponto de me lançar ao mar sem saber que espécies habitam no local. Já pensou mergulhar num rio de piranhas? Por isso, é melhor temer antes e só ter atitudes depois de se certificar que não há perigo.
O escuro é isso, é tudo aquilo que não me dá certeza, que me deixa intranqüila, um abismo para a paciência.
Eu queria não ter medo do escuro, mas acredito que é quase impossível. Na vida temos fases boas e ruins... e, é justamente na fase ruim que tudo escurece, acelerando meus batimentos cardíacos e dando calafrios parecidos aos que sentia na infância.
A conclusão disso tudo? Enquanto atravessar a fronteira da mudança de uma fase para outra da vida, sempre terei medo do escuro.
E você?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Banheiro Feminino



Nunca os homens vão entender porque temos que convidar a amiga para ir ao banheiro. Já ouvi piadinhas machistas muito sem graça a respeito.

O que eles não entendem é que banheiro feminino é também local de “trocar figurinha”, desabafar, chorar, fazer elogios a amiga que levanta a blusa dizendo que perdeu 1 kg, retocar a maquiagem, falar do namorado, do patrão, da família, reclamar do salário, lembrar daquele vestido perfeito da vitrine do shopping, ler Cláudia, Capricho até revista de fofoca. No banheiro não tem frescura! Se tiver de lavar roupa suja, lavamos. Se tiver de arrasar outra mulher que não faz parte do grupo, também não temos piedade. Além de ser o melhor local para a clássica pergunta: “tens aí um absorvente? O meu acabou!” e principalmente: se olhar no espelho.

É incrível como não conseguimos conversar uma olhando para a outra. Tem que ser sempre com algo em mãos, um batom, uma escova já é o suficiente para nos envaidecer ainda mais.
É no banheiro que não medimos a histeria de nossas gargalhadas, não temos vergonha uma das outras, nem precisamos nos preocupar se tem alguém nos vendo devorar um pirulito, isso é puro açúcar! Tem quantas calorias mesmo?!

Na época de escola e faculdade, era uma espécie de esconderijo. Quando não tínhamos paciência para ouvir o professor tagarelar sobre química orgânica ou metafísica no convênio. E no caso de jornalistas, como eu, o mestre filosofar as teorias de comunicação no primeiro semestre do curso... Deus nos acuda! Não percam tempo meninas... já para o banheiro!

Sem dúvida, outra coisa que os homens nunca vão entender é porque demoramos tanto no banho. Afinal, por que eles têm de ser tão práticos? Eu acho que uma explicação para meia hora no banheiro começa na lavagem das madeixas e, se elas forem quimicamente tratadas então... ai que demora mais.

A maioria de nós mulheres é indecisa. Por isso tudo se torna mais complicado. Vemos defeito em tudo e somos detalhistas até quando não queremos nos dar o trabalho.
Homens, por favor, entendam! Vocês não precisam de manual de instruções, basta entender que o universo feminino é cor de rosa. E, banheiro meu bem?! Não é só lugar de fazer as necessidades fisiológicas. É também o nosso QG (quartel general).

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Juro que é verdade

Um dia desses voltando para casa vi um menino sentado na sarjeta. O Negrinho era pequeno, de olhos grandes cor de jaboticaba, semblante triste, palidez mórbida, magrelo e sem camisa. Estava ali a fitar o horizonte sob o sol escaldante de meio dia.

Passei por ele, sem olhar pra trás... talvez fosse filho de um operário do condomínio. Afinal, por aqui muitas casas ainda estão em construção.

No dia seguinte no mesmo horário, a cena se repete. E, no outro dia também...

Meu encontro inesperado com aquela criatura tão melancólica era sempre no horário de almoço. Pensei até que seria miragem, efeito do calor e da fome sufocando o meu cérebro com imagens aborígenes. Lá estava o moleque a pestanejar sob os meus olhos outra vez.

Passaram-se os dias e ele se foi. Sumiu! Simplesmente escafedeu-se. Mas, a imagem dele continuava estática em meus pensamentos.

Dias depois, comentei com alguém: já viste aquele menino que fica sempre ali naquele canto por volta de meio dia? sabes quem é? a resposta veio e de pouco adiantou, parece que só eu tinha o infortúnio de ver a criatura.

O tempo passou e levou os resquícios daquela imagem gravada em minha memória. Até que um certo dia minha mãe chega rindo em casa, contando de uma velha esclerosada que teima em ligar para o síndico reclamando de um moleque, que não sai de frente da casa dela... que ele, o síndico, desse um jeito nisso. Afinal, dona Oscarina não sabia as intenções do garoto. "E, nesse mundo meu filho, já não se pode confiar em ninguém" ela vociferava ao telefone.

Fiquei perplexa ao ouvir o relato. E outra vez àquela imagem veio me assombrar. Eu disse: mãe! sei de quem dona Oscarina se refere. Ela não é louca! Ou será que também estou? mamãe disse que tudo não passava de bobagens. Vai ver que era o filho do carpinteiro, do pedreiro, do jardineiro...

Resolvi não dar trela, corri ao banheiro, precisava de uma ducha... já era quase hora de voltar ao batente.

A noite quando cheguei ao condomínio meus pensamentos eram outros... estava apaixonada e só pensava em chegar em casa, pegar o telefone e ouvir a voz dele...
Até que sem mais nem menos, do nada! me reaparece o garoto. Ai que susto!!! falei baixinho. Em questão de segundos olho de novo... fixamente o mesmo lugar... o menino já não estava lá. Dei de cara com um vaso de tajá, solitário em meio às plantas ressecadas do jardim de dona Oscarina.

Hoje sei que não sou louca. Agora entendo minhas visões e também a velha esclerosada. Quando um ser desencarnado se permite aparecer é sinal que ele quer se comunicar. E, não faz com todos o que só pode mostrar aos mais sensitivos. Foi quando descobri minha mediunidade.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pratinha - A Cidade de Deus paraense

Aqui boa parte dos moradores vive na miséria. Muitos estão desempregados. É do improviso que eles se mantêm. Homens e mulheres fazem o que podem para sustentar a família. Muitos sequer completaram o ensino fundamental, por isso não conseguem um emprego no mercado formal. De “bico” em “bico” construíram o que chamam de casa. Cubículos com dois cômodos onde se acomodam até dezenas de pessoas. Espaço que não oferece as mínimas condições de higiene.

Os esgotos estão a céu aberto. O mau cheiro também vem da sujeira espalhada por todos os becos. Os caminhões que fazem coleta de lixo só passam na Arthur Bernardes, uma das principais rodovias da região metropolitana.

A insalubridade atrai moscas, baratas e ratos. Os riscos de contaminação são constantes. Mesmo assim, crianças brincam descalças sem temer doenças. As mães até se preocupam, mas o espaço de lazer mais próximo fica no bairro vizinho.

A distância é uma das maiores adversidades, até parece o fim do mundo. A bicicleta ainda quebra o galho. Até chegar a vez em que os moradores da Pratinha precisam apelar para os transportes coletivos, cuja maioria é clandestino.

A frota de ônibus que atende a área é insuficiente para a quantidade de usuários. Pela manhã é comum vermos cenas onde pessoas se arriscam para ganhar a vida. São muitos os trabalhadores que preferem ir pendurados, por causa da superlotação, a ter que esperar mais meia hora, em paradas descobertas, para pegar o próximo coletivo.

Os que conseguem um espaço no tão disputado meio de transporte também têm motivos para reclamar: a má conservação dos carros. O “Pratinha Presidente Vargas” é sujo e tem um criadouro de baratas. As cadeiras são quebradas e os acentos velhos. Tudo isso só não é pior que o mau cheiro, que se torna insuportável quando chove e, os passageiros são obrigados a fechar as janelas. R$1,70 parece ainda não ser o suficiente para pagar por um pouco de conforto.

A viagem até o centro é longa e cansativa. O aperto é tanto que mulheres e crianças costumam desmaiar ou sentir náuseas. O empurra – empurra machuca os pés, as mãos. E, contribui com os assaltantes que furtam as vítimas ali mesmo, sem ninguém perceber.
Se não bastasse todo esse sufoco, os motoristas têm que trafegar pela via em péssimas condições. O asfalto cedeu, dando lugar a buracos. Os prejuízos são enormes! Carros particulares constantemente apresentam problemas, e quem cobre as despesas não é o governo.

Nos dias quentes a poeira levanta, formando uma nuvem de fuligem que dificulta a visão de quem passa pelo local. E, quando chove... é tanta lama que mais parece uma pista de rally.

O que ainda não contei a vocês é que a Rodovia Arthur Bernardes faz parte do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) criado pela governadora do Estado, Ana Júlia Carepa.

O trecho que vai do aeroporto de Val de cães até a entrada da Pratinha já foi “revitalizado” quase 90%. Ainda falta a conclusão de uma pequena parte (cerca de 200 m) da pista, a ciclovia e a sinalização. Já colocaram placas, mas as faixas na pista ainda não foram pintadas.

A segunda etapa da obra é na região urbana da Pratinha e já foi iniciada. O velho asfalto foi totalmente retirado para dar lugar a um novo, mas até agora nada da conclusão do serviço! as obras estão paradas há cerca de um mês. O que gera a cada dia outras reclamações.
Enquanto o governo não toma providências, a população do bairro vive na expectativa de uma interseção divina, porque dos homens está difícil.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Belém 394 anos

Em 394 anos de história Belém foi palco de muitas vitórias no apogeu do ciclo da borracha. A Litlle Paris era sinônimo de beleza e ostentava uma economia de inquietar as bolsas de valores do primeiro mundo.

Mas, do período colonial pra cá muita coisa mudou. A cidade de traços cosmopolitas ganhou aspecto moderno. E a qualidade de vida caiu descontroladamente.

O crescimento acelerado da “cidade das mangueiras” gerou desigualdades, vistas nas redondezas do grande centro. Miséria e analfabetismo viraram recordistas.

Muita gente apareceu querendo mudar essa história, um deles foi o nosso atual prefeito que, mesmo depois de reeleito ainda não conseguir cumprir o dever com o povo.

Acredito que o bem mais precioso da vida seja o tempo. É, o tempo! O que temos ao alcance de nossas mãos se não o presente? O passado já nos escapou pelos dedos e o futuro ainda está além do horizonte.

O tempo urge! E, tempo meus caros?! Tempo é vida. Enquanto o dinheiro público é usado inadequadamente, muitos brasileiros morrem a espera de reformas no sistema único de saúde.

Aqui no Pará, o problema da saúde continua dando injeções de desespero nos paraenses. Nos hospitais públicos falta de tudo um pouco e, de pouco tudo falta! No último ano tenho ouvido muitas reclamações de quem mora em Belém. Gente que perde mãe, irmão, amigo por falta de médicos ou demora no atendimento. Quando ligo a TV as notícias podem até ser diferentes, mas as cenas são sempre aquelas de desespero e abandono. Alguns perdem o controle e clamam pela vida, outros agonizam nos corredores a espera de leito. Ou são atendidos por ali mesmo, pela falta de um local adequado. Quem não tem alternativa, diz que além do sucateamento dos aparelhos para exames de traumatologia, as unidades de saúde estão entregue às baratas.

Problema que foram reconhecidos pelo próprio prefeito no final do ano passado. Para 2010 novas promessas foram feitas, mas até agora o que se vê é a inoperância de quem tem o poder e não sabe usar.

As investigações do Ministério Público do Estado só vieram confirmar as suspeitas de todos. Duciomar precisa ser tirado o quanto antes do poder. E quem afirma não sou eu, mas aqueles que o elegeram. São quase 1 milhão e meio de habitantes e as reclamações são tantas que parecem não ter fim: trânsito, saúde, saneamento, asfalto, educação. A responsabilidade é toda nossa! Só os cidadãos compromissados com o seu dever cívico podem escrever um capítulo menos dramático na história de Santa Maria de Belém do Grão Pará.